Artigos, Matérias e Fotos sobre a História Geral e do Brasil

Atividades Autorreguladas de História


Atividades 2° bimestre


Apostila História do Brasil





Apostila História Geral








A Origem do nosso calendário


https://docs.google.com/file/d/0B2Tk4x1XVsdUWERFNFpkSFNIMkk/edit


Um barão negro, seu palácio e seus 200 escravos


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Algumas páginas poderiam se desfazer em mãos descuidadas. São documentos guardados a sete chaves há mais de um século. Embora esmaecidas, as folhas mancham de tinta os dedos de quem as manuseia. “Aqui está a história da nossa família”, diz Mônica de Souza Destro, de 44 anos, na sala de sua casa, em Juiz de Fora. Ela tem muitas pastas empilhadas na sua frente, onde guarda fragmentos de uma história tão esquecida quanto fascinante.

Revirar esses papéis é voltar ao tempo do tataravô de Mônica, o mineiro Francisco Paulo de Almeida, um dos mais importantes barões do café do segundo reinado. Titulado como Barão de Guaraciaba pela própria princesa Isabel, acumulou um enorme patrimônio no Vale do Paraíba fluminense. Suas fazendas estendiam-se pelos estados do Rio e também de Minas Gerais, somando um vasto território estimado em 250 quilômetros quadrados — e uma fortuna de quase 700 mil contos de réis, coisa de bilionário. Mas um detalhe tornava o barão diferente dos outros nobres. Ele era negro em um país escravocrata. Reinou em um mundo dominado por brancos.



— Foi um gênio das finanças. Seu patrimônio era colossal, nem a queda do café o fez quebrar. As sedes de suas fazendas eram belíssimas, ele vivia no extremo luxo. Tinha investimentos diversificados, aplicava em ações, fundou bancos. Por isso se tornou um dos homens mais ricos de seu tempo — afirma o historiador José Carlos Vasconcelos, especialista no passado do Vale do Paraíba.

Mônica é a guardiã dos documentos históricos que reconstroem a história do barão. Com a ajuda de Vasconcelos, ela está montando a árvore genealógica de sua família. É um trabalho hercúleo. Em um software de genealogia instalado em seu computador, já cadastrou 580 nomes de parentes. A lista começa com os 15 filhos que o barão teve com a mulher, dona Brasília, e chega até Marina, de 10 anos, caçula de Mônica. Quem começou a organizar o arquivo da família foi seu avô, o engenheiro Antonio Augusto de Almeida e Souza. Até os 98 anos, idade em que morreu, cuidou com esmero de todas as fotos, inventários, testamentos e certidões de nascimento e óbito dos parentes. Cada filho e neto do barão possui uma minibiografia, escrita à mão por seu Antonio.

Embora fosse negro, o aristocrata estava longe de ser um abolicionista. Quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, tinha cerca de 200 escravos na fazenda Veneza, em Conservatória, onde possuía mais de 400 mil pés de café. Mesmo com a abolição, a maioria continuou trabalhando para o barão, e alguns foram incluídos no testamento — caso de Isabelinha, que trabalhava na sede da fazenda e ganhou, na divisão da herança, o mesmo valor em dinheiro que os filhos homens: quase 2.000 contos de réis.
Para desenvolver a árvore genealógica da família, Mônica, que trabalha como secretária em um consultório médico, foi atrás dos primos mais distantes. Conheceu diversos parentes de quem nunca ouvira falar, vários deles encontrados no Facebook — nem todos se interessaram em ajudá-la. Dos 13 filhos do barão, 12 casaram e aumentaram a família — a exceção é Serbelina, a primogênita, que só viveu até os 2 anos. Com a morte do patriarca, em 1901, em uma mansão no Catete — para onde se mudou após vender o Palácio Amarelo, em Petrópolis, à Câmara dos Vereadores —, sua família se espalhou por cidades do Rio e de Minas. A maioria dos descendentes não se parece mais nem de longe com o barão. Alguns, como Mônica, têm olhos claros — as filhas de Guaraciaba se casaram com portugueses, e os filhos, com mulheres brancas.
Imagem relacionada

Familiares e historiadores acreditam que o barão tenha começado a vida como ouvires, especialista na confecção de abotoaduras de ouro. Também ganhava dinheiro tocando violino em enterros. Mas foi ao tornar-se tropeiro que ele teria lucrado o bastante para comprar sua primeira fazenda, em meados do século XIX.

Instrumento para ensinar a realizar um parto. Séc. XIX



Máscaras utilizadas por médicos no período da Peste Negra (1348 - 1353). Os bicos eram enchidos com ervas aromáticas, pois acreditava-se que a peste vinha do ar.


Instrumento para transfusão de sangue



Carta de Nixon renunciando à presidência dos EUA




Álcool e coca ajudaram três incas a 'consentir' com sacrifício, diz estudo

Crianças e adolescente mumificados teriam sido mortos em ritual sagrado. Corpos das 'crianças de Llullaillaco' são exibidos em museu da Argentina.

Corpo da ‘Donzela’ é visto na figura A; na B aparece uma radiografia que mostra o interior da boca com vestígios de folha de coca entre os dentes; imagens C e D são visualizações tridimensionais do crânio, com os dentes em laranja, a língua em vermelho e a coca em verde (Foto: Reprinted with permission from ref. 1/Photography by Johan Reinhard)

As múmias, conhecidas como "crianças de Llullaillaco", foram descobertas congeladas em março de 1999 no topo do vulcão Llullaillaco, localizado na Cordilheira dos Andes (perto da fronteira com o Chile), a 6.739 metros de altitude.

Vestígios de consumo de álcool e folhas de coca encontrados no cabelo de três múmias incas lançam uma nova luz para entender o sacrifício de crianças no noroeste da Argentina, há mais de 500 anos – antes do contato com os espanhóis. Os resultados do estudo estão publicados na edição desta segunda-feira (29) da revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).

De acordo com os autores, liderados por Andrew Wilson e colegas da Universidade de Bradford, no Reino Unido, o padrão de consumo de folhas coca e de uma bebida alcoólica chamada "chicha" revela que essas substâncias foram usadas para ajudar o trio a "consentir" com a cerimônia religiosa que culminou nas mortes.

Durante análise – que usou dados bioqúmicos, radiológicos e arqueológicos para entender os momentos finais da vida de humanos oferecidos em sacrifício –, os autores identificaram o padrão de consumo de folhas de coca e chicha pelas múmias, e relacionaram os níveis dessas substâncias achadas nos cabelos delas com as taxas de crescimento dos fios – do couro cabeludo até as pontas – ao longo dos 21 meses anteriores aos óbitos. Segundo os cientistas, a adolescente consumiu mais coca e chicha que as duas crianças.

Além disso, para os pesquisadores, as descobertas levantam questões sobre os padrões incas de controle social sobre os territórios recém-adquiridos. O império inca incluía regiões que iam desde o norte do Equador e o sul da Colômbia, passando pelo Peru e pela Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile.

O trabalho da equipe britânica foi feito em parceria com a Universidade de Copenhague, na Dinamarca, a Universidade de Salta, na Argentina, e a Sociedade Nacional de Geografia dos EUA, em Washington DC.

Junto com as múmias, também foram encontrados mais de 150 objetos, todos exibidos no Museu de Arqueologia de Alta Montanha, em Salta, 1.510 km a noroeste de Buenos Aires. De acordo com especialistas, as condições ambientais garantiram a boa preservação dos corpos e dos utensílios.

Os corpos bem preservados pertenciam a uma adolescente de 13 anos, conhecida como "A Donzela", a uma menina de 4 e a um menino de 5, que teriam sido sacrificados como oferenda a um deus inca durante um ritual chamado "capacocha".


Livro reúne cartas e diários escritos por jovens durante a Segunda Guerra Mundial
Relatos de guerra sem nenhum glamour de filme de Hollywood. Sem heróis e quase nenhum final feliz. É o que encerram as páginas de "Éramos Jovens na Guerra", nas prateleiras das livrarias.

As autoras, a americana Sarah Wallis e a russa Svetlana Palmer, radicadas na Inglaterra, pesquisaram por dez anos e reuniram em um volume trechos de cartas e diários de 16 adolescentes escritos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Editados em ordem cronológica, os textos montam um relato do conflito no dia a dia das pessoas, quase sempre longe dos campos de batalha, mas com o sofrimento que se espalhou pela Europa.
São jovens alemães, russos, ingleses, franceses, poloneses e até americanos e japoneses. Todos conviveram com violência, fome, saudade, dor e desesperança.
27.jan.1945/Associated Press
Adolescentes e crianças no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, em 27 de janeiro de 1945
Adolescentes e crianças prisioneiras no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, em imagem de 27 de janeiro de 1945
Eles estavam dos dois lados da guerra e suas histórias mostram como o decorrer do conflito foi mudando a visão do mundo de cada um.
Soldados no início orgulhosos de suas fardas e armas vão aos poucos abrindo os olhos para a estupidez de um confronto sem sentido. Outros sentem o cerco cada vez mais agressivo que sofrem por causa de sua etnia.
Nesta página estão trechos de três autores. O russo Yura Ryabinkin, de 15 anos, passa fome e fica doente quando sua família, vivendo num apartamento frio, começa a receber apenas uma ração diária de pão. Seu compatriota Vasily Baranov, 18, é agredido e escravizado em um campo de concentração.
Longe de um sofrimento atroz como o dos rapazes, a francesa Michele Singer, 17, ainda tem tranquilidade para admirar os galantes soldados italianos que entram em seu país. Uma adolescente normal, num cenário que se deteriorava a sua volta, sem que ela percebesse.
Apenas três dos garotos que têm seus textos compilados no livro sobreviveram até o fim da guerra. Por isso, alguns relatos são interrompidos de uma forma abrupta.
*
GUERRA DOS MENINOS
Leia três depoimentos de jovens que enfrentaram a Segunda Guerra Mundial:
23.out.1941 - Tão fraco que mal consigo me mexer. Mamãe diz que meu rosto começou a inchar. É tudo por causa da falta de comida. Eu não cuido muito bem de mim. Durmo vestido, lavo um pouco o rosto pela manhã, deixei de lavar as mãos com sabão, não mudo a roupa. Toda noite eu vou dormir e sonho com pão, manteiga, ervilhas e batatas. Só consigo pensar que, quando acabar a noite, daqui a 12 horas, receberei minha ração de pão. Fiquei mais fraco, minha mão treme quando escrevo. Meus joelhos estão tão fracos que eu não consigo dar um passo sem cair.
YURA, 15, russo

6.ago.1943 - Tem um oficialzinho italiano realmente adorável hospedado no hotel. Pensei nele a noite toda. Ainda não conversei com ele e de repente fiquei me perguntando: por que não? Eu sempre achei que meu primeiro amor seria um piloto inglês, este oferece o prazer adicional de ser uma surpresa e fazer rolar por terra todas as minhas teorias. Ele parece tão triste, com seus lindos olhos azuis. Minha imaginação desembestou, e tenho sonhado com os planos mais estapafúrdios para dar um jeito de conhecê-lo.
MICHELINE, 17, francesa

3-5.set.1943 - Dois de nós recebemos um tapa na cara e fui me deitar rangendo os dentes de dor. Eles estão sempre rindo de nós, acham que somos sujos e incultos. O capataz espancou um sujeito porque assoou o nariz no chão. Sua risada e suas zombarias estão me matando. Estou começando a me detestar e a me perguntar se sou realmente um porco, como eles dizem. Só queria estar de volta a minha boa e velha casa, junto aos dois salgueiros e ao lindo e frondoso álamo. Nunca mais voltarei a ver minha casa, nem mesmo haverá um corvo que leve para lá os meus ossos.
VASILY, 18, russo



THALES DE MENEZES - Folha de São Paulo


Arqueólogos encontram esqueleto do rei Ricardo III da Inglaterra, desaparecido há 527 anos

Esqueleto do rei Ricardo III, que foi descoberto sob um estacionamento em Leicester, na Inglaterra
Foto: REUTERS







LEICESTER, Inglaterra - Um esqueleto enterrado sob um estacionamento com o crânio cortado e a espinha curvada é o de Ricardo III, confirmaram testes científicos que resolveram um mistério de 500 anos sobre o lugar do descanso final do último rei inglês morto em uma batalha.

Ricardo III, representado por William Shakespeare como um tirano monstruoso que assassinou dois príncipes no palácio real da Torre de Londres, foi morto lutando contra seu eventual sucessor, Henrique Tudor, na Batalha de Bosworth Field, travada na região central da Inglaterra, em 1485.

Em uma das mais importantes descobertas arqueológicas dos últimos tempos, uma equipe da Universidade de Leicester anunciou que as provas evidenciam que um esqueleto encontrado no ano passado, durante as escavações de um convento medieval sob um estacionamento da cidade, era de fato o de Ricardo.

Depois de uma apresentação acadêmica detalhada com foco nas feridas e porte físico de Ricardo III, o arqueólogo responsável pelo projeto, Richard Buckley, anunciou sua conclusão sob gritos e aplausos.



— A conclusão acadêmica da Universidade de Leicester, para além de qualquer dúvida razoável, é de que o indivíduo exumado no Gray Friars, em setembro de 2012, é de fato Ricardo III, o último rei da dinastia York da Inglaterra — disse Buckley.



Especialistas disseram que o DNA retirado do corpo combinava com o de Michael Ibsen, um carpinteiro de origem canadense, morador de Londres, que genealogistas disseram ser o descendente direto da irmã de Ricardo, Anne de York.

O esqueleto mostrou sinais de lesões correspondentes a feridas recebidas na batalha. Um pedaço de lâmina que parecia ter cortado a parte de trás do crânio e uma ponta de seta de metal farpado encontrada entre vértebras da parte superior das costas do esqueleto são duas das evidências.

Enquanto as descobertas podem resolver um enigma sobre Ricardo, o último York rei da Inglaterra continua a ser uma figura complexa, cuja vida, tornada famosa na peça de Shakespeare, divide profundamente opiniões entre os historiadores da Grã-Bretanha e no exterior.


Exames de DNA e carbono

Análises de radiocarbono, evidências radiológicas, DNA dos ossos e resultados arqueológicos possibilitaram a confirmar a identidade do rei que morreu há mais de 500 anos. O DNA do esqueleto corresponde com o de dois parentes do lado materno de Ricardo III.
Além das fendas no crânio, foram achadas dez feridas no esqueleto. A análise de radiocarbono releva que ele tinha uma dieta com bastante proteína, incluindo grandes quantidades de frutos do mar, o que aponta para um alto status social da época. O mesmo teste mostrou que o esqueleto era de um indivíduo que morreu entre a segunda metade do século XV e início do século XVI, o que confere com a morte de Ricardo, em 1485.
O esqueleto também revela uma severa escoliose, que acredita-se ter ocorrido no início da puberdade. Embora tivesse 1,70m de altura, a curvatura na coluna levaria o rei a ficar significativamente menor e com o ombro direito mais alto do que o esquerdo.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ciencia/arqueologos-encontram-esqueleto-do-rei-ricardo-iii-da-inglaterra-desaparecido-ha-527-anos-7486055#ixzz2K1J9qxRD 



De onde vêm as palavras?

Leandro Konder


A etimologia dá conta das raízes das palavras. Os cientistas investigam, pacientemente, qual é a origem de cada palavra, como ela se formou, como vem se transformando. A pesquisa dá muito trabalho, exige mil precauções, depende de verificações sérias, cansativas.


Os resultados, porém, são divertidos. Termos que usamos a todo instante, no dia-a-dia, nos surpreendem quando descobrimos sua proveniência.

Quando nos envolvemos numa briga de trânsito e dizemos ao dono do outro carro que não estamos dispostos a discutir com ele porque o sujeito está enfezado, será que temos consciência de que estamos declarando que o sujeito está - etimologicamente - cheio de fezes?

Márcio Bueno acaba de publicar pela editora José Olympio um livro intitulado A origem curiosa das palavras, que explora justamente o filão das etimologias divertidas. Nele, os leitores encontram um rico material para rir.

De onde vem a expressão baitola, com a qual é comum os baianos designarem os homossexuais? Havia uma companhia ferroviária inglesa no Nordeste e os engenheiros britânicos (entre os quais havia alguns homossexuais), falando aos operários brasileiros, em vez de dizer bitola (a distância entre os trilhos) diziam baitola. A companhia inglesa foi o lugar onde surgiu outra palavra: os engenheiros tentaram ensinar aos operários o termo sleeper (dormente) e estes o transformaram em chulipa.

Qual a origem do nome dólar? Em 1519, uma região da atual República Tcheca criou uma moeda com o seu nome: Joachimsthaler (Vale do Joaquim). Depois, ela ficou reduzida a thaler. E, mais tarde, entre os holandeses e os ingleses, virou dólar. (Do jeito que está caindo, eu bem gostaria de que a moeda ficasse reduzida a dó.)

A palavra mictório foi inventada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro numa época em que a princesa Isabel era regente. Os legisladores ficaram encabulados de pedir à princesa que assinasse a regulamentação dos mijadouros públicos e criaram os mictórios.

É divertido ficarmos sabendo que a ave que chamamos peru não vem do Peru. Em inglês ela se chama turkey e não vem da Turquia. E em francês é dinde (galo da Índia, de l'Inde, dÍnde, mas tampouco vem da Índia: vem do Sul dos Estados Unidos).

Também é engraçado descobrirmos que sanduíche é o nome inventado pelo cozinheiro do lorde John Montagu, quarto conde de Sandwich, para uma torrada com uma fatia de carne, alimento que permitia ao lorde passar várias horas na mesa de jogo de cartas sem interromper para almoçar.

Uma historinha que faz o maior sucesso é a da origem de testículo. A palavra vem de testis, ''a testemunha''. Testículo (diminutivo) era ''a pequena testemunha''. Os antigos romanos não sabiam bem qual era a sua função, mas sabiam que na hora do ''crime'' ele estava lá e via tudo.

Na história das palavras, os mal-entendidos se multiplicam. Os ingleses - sempre eles! - ao chegarem à Austrália viram um animal muito estranho e perguntaram a um nativo como o bicho se chamava. O aborígine respondeu: canguru. E esse ficou sendo o nome do animal. Só muito tempo depois os britânicos perceberam que no idioma nativo canguru significava não sei.

Márcio Bueno é, tal como o escritor Deonísio da Silva, um apaixonado colecionador de historinhas a respeito das palavras. Também me considero membro desse clube. Somos poucos, ainda, os aficcionados da etimologia, mas o nosso número está crescendo.

Tenho a impressão de que o fenômeno corresponde a uma reação contra a banalização da linguagem. As palavras, utilitariamente empregadas só para dar ordens, só para obter vantagens, ou para administrar a economia, sofrem um desgaste inevitável.

A literatura, enfrentando obstáculos, superando condições desfavoráveis, luta para enriquecer a nossa capacidade de expressão. E a etimologia, séria ou mesmo brincalhona, ajuda nessa luta, porque nos proporciona a oportunidade de lançar um novo olhar sobre a nossa linguagem. De certo modo, ela contribui para que a gente redescubra possibilidades de expressão de sentimentos que a lógica do mercado, da competição, tende a sufocar dentro de nós.



Estátua budista com suástica foi esculpida em meteorito raro


Uma estátua de mil anos que exibe uma suástica sobre o abdome de uma figura humana, foi esculpida em um fragmento de meteorito, disseram cientistas. Trata-se de um siderito, um raro tipo de meteorito com alto nível de níquel.





A obra foi levada em 1938 para a Alemanha. Ela havia sido achada no Tibete por uma expedição nazista liderada por Ernst Schäfer que tinha o objetivo deinvestigar a origem da "raça ariana". 
Heinrich Himmler, chefe da SS (tropa de elite do regime de Adolf Hitler), acreditava que a origem secreta da "raça ariana" seria revelada naquela região asiática. 
O meteorito usado na escultura caiu na fronteira entre a Mongólia e a Rússia há cerca de 15 mil anos, disse o "Daily Telegraph".



Derretimento de geleira na Itália revela munição da 1ª Guerra Mundial
Quase 200 objetos foram encontrados em montanha de Trentino, na Itália.
Munição teria sido usada em batalhas entre 1915 e 1918.

Mais de 200 peças de munição usadas na 1ª Guerra Mundial surgiram depois do derretimento de geleira no pico de uma montanha em Trentino, na Itália. Cada peça encontrada pesa entre 7 e 10 kg.
Os artefatos de guerra foram descobertos a uma altitude de 3.200 metros quando a geleira Ago de Nardis foi parcialmente derretida devido a uma recente onda de calor que atingiu em picos mais altos da Itália. A unidade de polícia dos Alpes viu pontos de metal emergirem do gelo espalhados em uma área de 100 metros quadrados. As fotos foram feitas na última sexta-feira (31)
Especialistas estiveram no local e disseram que as munições não foram descartadas, mas utilizadas durante a série de batalhas entre os exércitos do Império Austro-Húngaro e Itália entre 1915 e 1918.
Munição usada na 1ª Guerra Mundial descoberta na Itália. (Foto: Maffei Glauco/EPA/EFE)Foto mostra munição usada na 1ª Guerra Mundial descoberta na Itália. (Foto: Maffei Glauco/EPA/EFE)



Quadros de Jean Baptiste Debret reproduzindo cenas do cotidiano no Brasil do século XIX. 
(As fotografias foram feitas sobre os originais na exposição "O Brasil através dos documentos", Brasília, 2011) 






Correio Braziliense. 
Considerado o 1° jornal do Brasil, editado por Hippolyto José da Costa, que circulou de 1808 até 1822. O jornal era feito em Londres e levava três meses para chegar ao Brasil.




Arcos da Lapa
  

Revista Klaxon.
Revista originada da semana de Arte Moderna, em 1922, São Paulo.


Manuscrito de "Garota de Ipanema", 1976.


Manuscrito de "Paratodos", canção de Chico Buarque de Hollanda



Cartão Postal enviado por Alberto Santos Dumont



Documento de venda de escravo





Panorama da História da Arte no Ocidente


Resumo da palestra do Prof. Helio Marcio Dias Ferreira. Sesc Quitandinha, jan. 2010.

Pré-história (40.000 até 1.400 a. c.) – Ocorrem as primeiras manifestações de arte havendo uma expressão antes da noção de beleza; a arte nasce como linguagem. Somente os gregos começam a pensar o belo e para Sócrates há uma junção do belo com o bem. A figura da Vênus está associada à figura da mãe, mulher arredondada. As primeiras imagens são as palmas das mãos em negativo nas cavernas.

Egito – arte ligada à vida e morte; o belo associa-se à morte, transcendência. Akenaton (feio), Nefertiti (bela). Tutâncamon, o imperador menino, teve a única tumba intocada até o séc. XX; de ouro maciço.

Mesopotâmia – o belo está voltado à força, à guerra e a figura armada é muito presente.

Grécia – A figura mãe-mulher ainda é muito presente com seios nus. As primeiras esculturas gregas são sintéticas, logo depois tornam-se miméticas. Buscam a perfeição geométrica, como ocorre na construção dos anfiteatros. Buscam o ideal representando o visível. Platão diz que arte é cópia, não representa a verdade. O Partenon, obra do período democrático, demonstra uma arquitetura que deve acolher o homem. A vênus de milo tornou-se um mito em meio a muitas obras importantes da história da arte. No Helenismo há uma expressão de dor (a morte de Laoconte) que influencia Michelângelo. O Neoclacissismo retorna à Grécia.

Roma – os romanos retratam velhos, crianças, cachorros, a expressividade… os gregos só retratam os jovens. O Coliseu se torna um modelo para todos os anfiteatros. O cristianismo divide a história da arte.

Idade Média – A figura do Salvador é colocada no centro; no capitel das catedrais aparecem figuras diversificadas como o demônio. O gótico surge no final da Idade Média; o círculo na arquitetura é sempre presente representando o infinito.

Renascimento – Nasce a pintura a óleo e surgem muitos detalhes; a busca é por uma beleza científica desenvolvendo-se a perspectiva com Brunelleschi. No renascimento não há movimento pois é equilibrado, matemático, ao contrário do Romantismo (Delacroix). Donatelo faz a primeira figura nua depois da idade média e causa escândalo. O Homem vitruviano (Vitrúvio, homem que pensa a matemática); Monalisa, proporção triangular. Dürer faz um autoretrato de frente, algo incomum, sendo audacioso, só Cristo é retratado de frente. Michelângelo "tira" a Pietá de um bloco de mármore de 4m.

Barroco – O maneirismo está entre o renascimento e o Barroco, distorção das figuras, o ápice está em El Greco. No Barroco aparecem formas sinuosas deixando a rigidez do Renascimento, possibilidade de movimento, teatralização, é o contexto da contra-reforma. Caravaggio é o grande mito do Barroco, trabalha o escuro x claro. Os Holandeses adoravam as cenas do cotidiano, de como viviam, do seu território; antecipam a intimidade. Velazquez é o último grande do Barroco; no reinado de Luís XIV é o apogeu do Barroco; com Luís XV nasce o estilo Rococó com luxo e detalhes.
Séc. XIX – O Romantismo busca e pensa o belo e adora a morte. Em Delacroix há a política (A liberdade guiando o povo). Desejo pela morte, transcendência.

Final do XIX – A metrópole é pintada; ferro, vidro e máquinas. Impressionsmo, que nasce de um quadro de Monet, há pinceladas. Art-nouveaux nasce na Bélgica.

Séc. XX – Caos instalado; cubismo Surrealismo. Picasso desmembra as formas no cubismo. Na Bauhaus nasce o conceito de design. Múltiplas possibilidades; para Duschamp não há obra, há conceito.



Panorama Cultural do Rio de Janeiro nos anos sessenta

O ambiente cultural dos anos 50 é marcado por algumas transições e inovações relevantes na arte, na música e cinema que levaram à efervescência verificada posteriormente nos anos 60. Embora tenha seu período de destaque na década seguinte, o chamado Cinema Novo nasce nos anos 50 com a produção de filmes de Nelson Pereira dos Santos (Rio, 40 graus e Rio zona norte), além de Glauber Rocha já estar fazendo suas primeiras experiências no meio. O predomínio, contudo, é da Cia. Atlântida e Vera Cruz com filmes musicais, chanchadas, e os grandes clássicos como O Pagador de Promessas. Em 1950 também nasce a TV no Brasil e o rádio começa a perder espaço.
Na música há o predomínio do samba-canção e boleros na Rádio Nacional, encantado gerações de ouvintes através das grandes vozes do rádio. Verifica-se ainda o ostracismo pelo qual passa o samba carioca, ainda representante da cultura nacional, mas que vê seu espaço galgado pela crescente influencia do jazz na música de então, deixando para outros tempos sua ginga de malandro e o grande público conquistado nos anos 30 e 40. Johnny Alf é o melhor representante do contato jazz-samba com suas harmonias sofisticadas e ritmo cadenciado, prenunciando o que estaria por vir. Assis Valente, sambista e compositor de “Brasil pandeiro” se suicida numa praça do Rio de Janeiro ao ver seu espaço diminuído nas rádios e pela nova realidade pela qual atravessava o samba carioca.
Assim, em 1958 um disco gravado por Elizete Cardoso lança João Gilberto e sua batida de violão que deixa a todos impressionados, é realmente um divisor de águas. Nasce a Bossa Nova, um movimento musical com grande influência do Jazz, mas, sobretudo, uma nova forma de tocar o samba, sua grande inspiração. A trindade da Bossa Nova seria completada com a parceria Tom-Vinícius, que já tinha sido iniciada na peça “Orfeu da Conceição”. Outra parceria famosa responsável por grandes clássicos foi a de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Os bossa-novistas adoravam o cool jazz, Chet Baker, Stan Getz, Dave Brubeck e Paul Desmond, Miles Davies, Bill Evans. Mas João era baiano e sua música colocava os acordes do jazz em diferentes lugares, além de ter um swing que era só dele, só do Brasil. Gostava de Ary Barroso e Dorival Caymmi.
No início dos anos 60 a bossa nova era a trilha sonora da juventude, de um Rio de Janeiro com praia e sol, porém o Rock n´Roll começava a despontar atraindo, sobretudo, a juventude das áreas do subúrbio. Carlos Imperial comanda o novo estilo no Rio e lança Roberto Carlos, Tony Tornado, Tim Maia dentre outros, que rivalizaram com a classe média alta da zona sul carioca amantes de uma música que se cantava baixinho nos apartamentos, desprezando os instrumentos elétricos bem como seus acordes primitivos.
Apesar da forte presença da música norte-americana, compositores como Carlos Lyra tinham preocupações sociais e criticava um pouco a jazzificação da música brasileira. Essa juventude buscava as raízes da música popular e na (re)descoberta dos antigos sambistas como Cartola e Nelson Cavaquinho, passando a ser valorizados numa retomada de suas histórias e suas obras que se tornaram alvo de regravações e releituras. Tais idéias eram compartilhadas pelo Centro Popular de Cultura da UNE e iam ao encontro desta revalorização, sendo dominado pela juventude de esquerda na época.
Seguindo o sucesso, em 1962 a Bossa Nova é apresentada nos EUA no famoso concerto do Carnegie Hall no qual muitos se mostravam nervosos menos João, Tom Jobim e Sergio Mendes, que por lá ficariam dando início a uma carreira internacional com muito êxito.
Voltando ao Brasil, a nova geração, que não se inspirava tanto na bossa nova, queria fazer samba moderno ou apenas MPB e, por volta de 1963/64 as coisas começam a mudar. A bossa perde espaço, o samba-jazz toma conta das noites de Copacabana, Tom e João seguem em carreira internacional e na política, o golpe militar que deu início a um período da História do Brasil no qual as liberdades foram cerceadas e o Estado passou a ser comandado pelas forças armadas, acabando com o processo democrático da escolha dos governantes. Ano após ano os Generais que comandavam a República implementavam um governo de caráter ditatorial, impondo a censura aos meios de comunicação, às formas de expressão artística, como a música, perseguindo opositores, principalmente aqueles considerados subversivos ao regime, acusados de comunismo, levando o Brasil a se alinhar abertamente aos EUA no contexto da Guerra Fria.
Entretanto, 1964 foi um ano maravilhoso para a música brasileira, cinema e teatro. Lançado, pouco antes, o disco “Getz & Gilberto” (Stan Getz – sax e João Gilberto) foi recebido com estrondoso sucesso. Carlos Lyra e Vinícius de Moraes consolidam a parceria na peça “Pobre Menina Rica”; Marcos Valle e o “Samba de Verão”. “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, é a maior estreia do cinema nacional no ano. O Show “Opinião”, criado por Oduvaldo Vianna Filho e dirigido por Augusto Boal, falava da necessidade de fazer oposição ao governo militar, denunciar agressões, associar música e movimentos populares. Nara cantava os sambas do morro de Zé Kéti e a música sertaneja de João do Vale.
Nessa revalorização do “samba do morro”, esquecido há algum tempo, surge o bar Zicartola que se tornou a grande sensação do Rio de Janeiro. Artistas, estudantes e intelectuais lá se encontravam para ouvir o mestre Cartola e seus convidados, acompanhados pelos saborosos pratos de Dona Zica. Ao mesmo tempo, a música de Cartola e Nélson Cavaquinho começa a ser cantada nas festas da zona sul.
O outro grande destaque fica por conta de uma nova cantora vinda do Rio Grande do Sul. Elis canta “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius, no festival da canção da TV Record, levando o primeiro lugar.
Considerados inferiores no meio musical pela turma da Bossa e da música brasileira, Roberto, Erasmo e Wanderléa comandam o programa “Jovem Guarda” que ia ao ar nas tardes de domingo, acompanhando a revolução em curso na Europa e EUA criada pelo Rock e os Beatles. O sucesso foi imediato e quando as cortinas do teatro da TV Record se abriam, a gritaria era geral para os astros que alisavam os cabelos e usavam terninhos justos e gravatinhas finas, além das botinhas, na tentativa de imitar o quarteto inglês. Logo depois, todo esse sucesso levaria Elis Regina junto com Gilberto Gil, Edu Lobo, Geraldo Vandré e outros, a comandar uma espécie de “Frente Única da Música Popular Brasileira” na qual saíram em passeata pelas ruas de São Paulo contra a guitarra elétrica e a dominação estrangeira na música brasileira que estava alienada, uma reação à jovem guarda vitoriosa.
Em 1966, um novo festival da Record mobiliza os fãs de Elis, Roberto Carlos, Nara Leão, Geraldo Vandré e outros. Nas eliminatórias duas músicas saíram consagradas: “Disparada”, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, e “A Banda”, de Chico Buarque que contava apenas com 22 anos e virou uma paixão nacional.
O Festival da Record de 1967 foi um dos mais agitados. Edu Lobo e Capinam concorreram com “Ponteio”, uma música com versos e melodias vigorosas. Caetano entrou no palco para cantar “Alegria, Alegria” e acompanhado de uma banda de Rock argentina. A reação do público foi imediata ao ouvir os três acordes iniciais na guitarra e as vaias inevitáveis. Caetano parecia estar traindo a “música brasileira” optando pela “música jovem”, mas aos poucos as vaias deram lugar ao aplauso. Um fato interessante deste festival foi a participação de Sergio Ricardo quando entrou para defender seu samba “Beto bom de bola” e o publico não o deixou cantar devido as vaias. Sergio desafinou, não ouvia a orquestra e, no melhor estilo Pete Townshend, quebrou o violão no palco atirando-o para a platéia. Já Chico Buarque, acompanhado pelo MPB4, sai ovacionado com sua poderosa “Roda Viva”. Gilberto Gil e seu “Domingo no Parque”, entre o espanto e os aplausos do público, foi acompanhado por um grupo de cabeludos com som elétrico, meio acid rock, tocando muito bem. Os Mutantes entravam em cena.


Norton Ribeiro

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